terça-feira, 26 de abril de 2011

A clássica janela de ônibus

Entro no ônibus, bom dia, sento no mesmo banco de sempre, vejo todos que entram, quer que eu segure sua bolsa? Escuto música, danço com a cabeça, canto só com os lábios, como tá cheio esse ônibus, será que esqueci alguma coisa em casa? Prova na primeira aula, vou matar a primeira aula pra estudar música, ai que agonia essa vida passando e me atormentando parece até um furacão, que coisa essa senhora sempre com essa cara de coitada, mas por que será que essa moça traz essa sacola toda vez? De onde vem toda essa gente, pra onde vai, onde mora, qual seu nome, vamos ser amigos, por que todos me olham com essa cara? Eu só tropecei, caí de joelhos e estava de vestido, não tem nada de mais, acontece com todo mundo. Não, é sério, será que aquele cara é pedófilo? Sempre me pergunto se todo mundo aqui presente é tão religioso quanto parece, tanto quanto as saias jeans na altura dos joelhos que fazem estas senhoras passarem frio no verão e calor no inverno, ou seria o contrário... Ônibus é uma coisa tão louca, passa tanta coisa nele quanto passa pela minha cabeça quando estou nele, que viagem, dá tempo de pensar até na morte da bezerra lá no interior da cidade da mãe do maestro, que por sinal é um gênio e é nessas horas que eu vejo o tamanho do meu foco quando estou pensando na vida ao olhar através desta janela, me distraindo com as faixas brancas do lado da estrada e observando o sol tomar conta do dia enquanto eu me pergunto se devia ter saído de casa de shorts, afinal, saindo de casa está frio, quando chega na rua está mais frio ainda (devia ter pego mais um casaco) , depois vai esquentando (não devia ter vindo de casaco) até que morro de calor (devia ter vindo de shorts) e passo frio novamente a tarde, ai meu Deus, não acredito, passei do ponto, como é que eu vou fazer agora?

terça-feira, 12 de abril de 2011